Aprenda a lidar com o luto infantil!

A morte não é simples de ser compreendida e nem de ser aceita em nossa sociedade. Se para nós adultos passar por uma perda já é complicado, imagine como é essa experiência para uma criança! Na tentativa de poupá-las dessa dor, muitos pais não abordam o assunto e, com isso, não as preparam adequadamente para lidar com o luto infantil. Quando uma criança perde um animalzinho de estimação, por exemplo, não é raro que os pais tentem substituí-lo rapidamente, evitando também tratar o tema com a seriedade e atenção que merece.

Procedendo dessa maneira, a criança não entende e não percebe a morte como deveria. Com isso, se algum parente próximo ou amigo falecer no futuro, é provável que o jovem não tenha condições psicológicas para lidar adequadamente com a situação. Essa incapacidade pode acarretar em problemas graves futuros, como distúrbios de ansiedade.

Você está passando por um período complicado na família? Não sabe como lidar com o luto infantil adequadamente? Continue a leitura que nós vamos lhe ajudar!

O luto infantil é igual ao luto em adultos?

Um erro muito grave ao lidar com o luto infantil é acreditar que os jovens não entendem a morte e, por isso, não precisam lidar com ela. Mesmo as crianças menores podem compreender esse período de perda e internalizarem sentimentos relativos a ela.

Assim como os adultos, as crianças enlutadas também podem passar pelos 5 estágios (raiva, negação, barganha, depressão e aceitação). Porém, ao contrário dos adultos, essas fases são demonstradas de maneiras diferentes.

Ao sentir raiva da perda, a criança poderá apresentar pesadelos, ficar irritadiça com os familiares e até com os colegas da escola. Por isso, é essencial que os adultos estejam sempre atentos a essas mudanças de comportamento.

Em geral, o período de luto infantil é um pouco diferente do luto dos adultos e, por isso, suas necessidades também são distintas. Nesse período, é importante que a criança:

Reconheça a realidade da morte

Assim, os adultos devem evitar frases com duplo sentido que podem confundir o seu filho, como dizer que “fulano foi viajar” ou “está dormindo”. Com isso, a criança poderá esperar que o falecido retorne ou acorde do seu descanso.

Sinta a dor da perda

A maior parte das crianças ainda não aprendeu a reprimir seus sentimentos e isso é algo positivo. Deixe que o seu filho vivencie seus sentimentos e encoraje-a a falar sobre o que está sentindo.

Relembre a pessoa que partiu

Um erro muito comum é retirar tudo o que relembre o falecido da vida do seu filho para evitar que ele sofra. O ideal é, justamente, incentivar que a memória de quem partiu esteja sempre viva, por meio de fotos, vídeos e histórias, celebrando a vida do falecido e a importância que ele teve no desenvolvimento da criança.

Desenvolva uma identidade própria

Normalmente, a identidade das crianças é moldada pelo convívio que ela tem com os adultos próximos. A perda de alguém como o pai, a mãe ou os avós, por exemplo, pode fazer com que o seu filho se sinta perdido e sem saber quem é.

Evite tentar preencher o vazio deixado por quem partiu. A criança, com o tempo, passará a fazer esse processo de forma própria, entendendo a morte de maneira diferenciada em cada uma das suas etapas de desenvolvimento.

Entenda a morte

É comum que, quando a criança vivencia o luto, ela questione os adultos próximos sobre o que acontece depois da morte e os motivos que fazem com que as pessoas morram. Se você se sente desconfortável para falar sobre isso, converse com o seu filho, mostrando que você também não tem todas as respostas e que é natural nos fazermos esses questionamentos ao longo da nossa vida.

Receba apoio

Lembre-se que o luto é um processo longo e é essencial que o seu filho se sinta amado e protegido durante esse tempo. Crianças que possuem suporte emocional lidam melhor com o luto infantil e transformam-se em adultos mais saudáveis.

Como as crianças percebem o luto infantil?

A percepção e o entendimento da morte não acontecem de forma idêntica em todas as crianças, tudo depende do quanto ela possui uma rede de apoio e de como os adultos lidam com a morte. Uma criança que perde um dos pais, por exemplo, mas que já vivenciou outros sentimentos de perda (como o luto por um animal de estimação) ou que convive em uma família que aborda o tema da morte sem medo ou estigmas, estará mais preparada para lidar com a dor. Além disso, o luto infantil poderá ser diferente, dependendo da idade da criança:

  • dos 0 aos 3 anos: a criança é incapaz de compreender a morte, por isso, não costuma se perturbar com ela. Porém, ela poderá apresentar sinais de ansiedade devido à mudança de comportamento dos familiares;

  • entre 3 e 5 anos: nesse momento, a criança passa a entender a morte como algo que pode ser revertido, que é passageiro e temporário;

  • entre 5 e 6 anos: a morte começa a ser compreendida, mas sempre associada a termos mágicos que a explique, como fantasmas e bruxas. Além disso, a criança não entende que a morte é algo irrevogável;

  • entre 7 e 10 anos: a criança passa a entender que a morte não é reversível e começa a se questionar a respeito dela, além de fazer menção a ações concretas que podem levar a morte, como acidentes, venenos ou doenças;

  • acima dos 11 anos: a criança já entende o significado real da morte e a aceita como uma condição natural da vida.

O que acontece se a criança não lida com o luto infantil?

Assim como acontece com os adultos, algumas crianças também podem apresentar dificuldades em entender e aceitar a morte, vivenciando o luto infantil de maneira problemática. Se isso ocorrer, é possível que a criança apresente alguns sintomas como:

  • infantilização;

  • insônia;

  • pesadelos;

  • desinteresse pelas atividades que costumava gostar;

  • retrocesso de desenvolvimento;

  • pânico;

  • ansiedade;

  • medo excessivo da perda de outros adultos;

  • perda de apetite;

  • dificuldade de lidar com a realidade;

  • depressão.

Em último caso, pensamentos suicidas podem surgir quando a criança não entende que determinada pessoa faleceu, como ocorre quando os adultos dizem que “fulano fez uma viagem para o céu”, por exemplo. Nesse cenário, o pequeno pode tentar se encontrar com o ente falecido.

Esteja atento a alterações

É preciso que os adultos próximos estejam atentos a essas alterações comportamentais e busquem ajuda especializada. Sempre favoreça a comunicação e o diálogo, buscando que a criança expresse seus sentimentos, inclusive os negativos, que também são comuns nesse momento. O suporte emocional é essencial para que a criança entenda a morte e vivencie o luto de maneira adequada, tornando-se um adulto saudável.

Ficou mais fácil entender e lidar com o luto infantil? Ainda tem dúvidas sobre o tema? Deixe um comentário para a gente!

Este conteúdo possui caráter não oficial e meramente informativo. As informações disponibilizadas foram confeccionadas tendo por base a legislação vigente em 25/07/2017. Eventuais alterações legislativas poderão impactar nas considerações apresentadas, não tendo o (Parque Renascer, Funerária) qualquer responsabilidade sobre possíveis incongruências que estas modificações possam causar ao conteúdo.

Cemitério Sem Mistério

O Cemitério Sem Mistério faz parte das empresas Parque Renascer e Renascer Funerária e criado para ser um portal informativo referente ao momento de luto.

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