Aprenda a Sentir a Dor do Outro

A empatia, ou seja, a capacidade de sentir a dor do outro, é algo tipicamente humano. Apesar disso, nem todos praticam a capacidade de ser empático, já que muitas vezes é difícil compreender as atitudes e formas de ver a vida do outro, sem julgamentos e preconceitos.

Saber ser empático é essencial para que qualquer relação funcione, seja ela profissional, familiar ou de amizade. Porém, em um mundo cada vez mais individualista, é fácil perdermos essa ligação e acabarmos tendo dificuldades para resolver conflitos e até nos sentirmos mais felizes.

Quando falamos sobre a perda de um ente querido e a dor do luto, saber sentir a dor do outro é ainda mais importante. Afinal, somente assim conseguiremos prestar um apoio adequado.

Quer entender melhor sobre o tema e aprender a ser mais empático? Continue a leitura!

O que é empatia?

Dentro do campo da psicologia, a empatia pode ser dividida entre a cognitiva e a afetiva. A primeira é mais fácil de ser alcançada, uma vez que ela se relaciona apenas à capacidade de compreensão da perspectiva psicológica dos demais.

Já a segunda exige uma capacidade maior de se colocar no lugar do outro. Afinal, ela está relacionada a nossa aptidão para experimentar as emoções a partir da observação das experiências vivenciadas por outras pessoas.

Assim, podemos perceber que, apesar de esse ser um sentimento humano, nem sempre é fácil atingirmos a empatia afetiva. Embora racionalmente possamos compreender o que o outro sente, é difícil sentir as dores, as angústias e os sofrimentos das pessoas com quem convivemos.

E isso é difícil justamente porque, para conseguirmos nos conectarmos com a dor do outro, primeiro, precisamos nos conectar com a nossa. O tempo todo a nossa sociedade cobra que sejamos cada vez menos “sentimentais” – e a falta de tempo é uma das “desculpas” mais usadas para deixarmos de nos conectarmos conosco, de compreendermos nossas emoções e sentimentos.

Se não conseguimos sequer entender o que sentimos, como vamos respeitar a dor do outro? E é aí que começam os problemas, por exemplo tentando minimizar o sofrimento alheio, como uma forma “automática” de enxergar o lado bom e de se preservar – um mecanismo de defesa que, ao minimizar e relativizar o que o outro sente, impede que nós passemos a sentir também.

Por que sentir a dor do outro é importante?

Já deu para notar que, embora a empatia seja algo natural, nem sempre é fácil lidar com ela, não é mesmo? Porém, se fechar em seu próprio mundo não é uma saída muito inteligente.

Sentir a dor do outroSer uma pessoa empática traz inúmeros benefícios não apenas para si, mas também para todos que convivem ao seu redor. Isso porque, quem consegue se colocar sentir a dor do outro, costuma cultivar melhor suas relações, com uma melhor convivência familiar, no trabalho e na vida amorosa e social.

Quanto mais empático você for, melhor será a sua capacidade de aprender com a experiência dos demais, compartilhar os seus conhecimentos e favorecer o crescimento mútuo, compreendendo as dificuldades e reduzindo os conflitos.

Uma pessoa empática é aquela que consegue lidar com a dor alheia, deixando o egocentrismo de lado, e compreendendo o ponto de vista do outro, com generosidade e tolerância.

No trabalho, por exemplo, essas pessoas são capazes de compreender que as pessoas podem tomar decisões baseadas em uma perspectiva diferente da sua, conseguindo conviver de forma amigável com as equipes e contribuindo para o bem-estar geral.

No convívio familiar e no círculo de amizades, a empatia é a responsável por tornar a convivência mais leve, já que o empático será mais tolerante e propício a apoiar os demais quando eles estiverem sofrendo ou angustiados.

Excesso de empatia

Apesar de todos esses benefícios, a ciência aponta que o excesso de empatia pode ser maléfico, causando um aumento no nível do estresse. Isso porque, ao sentir a dor do outro, o nosso cérebro ativa redes neurais que passam a representar as nossas próprias emoções.

Ou seja, em algumas situações, pode ser difícil para o nosso cérebro perceber o que é do outro e o que é nosso, aumentando a liberação do hormônio cortisol, responsável pelo estresse.

O estudo também mostrou que a compaixão é uma forte aliada para reduzir esse nível de “estresse empático”. Isso porque ela consegue liberar altas doses de oxitocina, um hormônio capaz de reduzir o cortisol e levar a uma sensação de bem-estar.

Ainda sobre a oxitocina, os pesquisadores descobriram que as pessoas que contam com maiores receptores desse hormônio no cérebro são aquelas mais propensas a serem empáticas, enquanto um menor número de receptores pode tornar os indivíduos mais insensíveis a dor alheia.

Qual a relação entre luto e empatia?

A capacidade de sentir a dor do outro é fundamental em qualquer nível de relacionamento – e, claro, essencial  quando o assunto é o luto.

Pois, se você é incapaz de compreender o sofrimento da outra pessoa diante da perda de um ente querido, dificilmente conseguirá oferecer o apoio de que ela necessita.

Novamente, muitas vezes deixamos de ser empáticos nessa situação por questões de defesa, sem sequer nos darmos conta da nossa atitude. O universo da morte traz uma dor muito forte e “impensável” para algumas pessoas, podemos tentar “diminuir” ou até “não reconhecer” a dor alheia, na tentativa de minimizá-la e impedir que pensemos sobre o assunto.

Quando um amigo próximo perde um dos pais, por exemplo, essa situação pode ativar em nós um medo profundo de também termos de lidar com isso algum dia. Perder a mãe ou pai, para algumas pessoas, é algo impensável, tamanha a dor que pode causar.

Então, para não termos de lidar com aquilo ou ainda compreendermos nossos sentimentos, acabamos minimizando e relativizando a dor do outro, diminuindo a nossa empatia como forma de nos preservarmos.

Nessas horas, é importante se despir das suas próprias emoções e tentar se conectar com o outro. É preciso aprender que não existem frases de luto ideais, que farão com que a pessoa enlutada se sinta bem, o que pode ajudar e fazer a diferença é mostrar-se disponível para ela, conectando-se com seus sentimentos e oferecendo “um ombro amigo”.

Para isso, diminua as cobranças e deixe que o outro vivencie a sua dor. Isso significa não tentar dar um tempo para que o luto acabe ou modos de superá-lo. Apenas escutar o que o outro tem a lhe dizer e oferecer a ajuda que ele precisar, sem cobranças.

Luto não reconhecido

Um dos pontos em que a empatia é ainda mais importante, é nos processos de lutos não reconhecidos, ou seja, aqueles cujos quais a sociedade não enxerga a possibilidade da dor.

Por exemplo, quando alguém perde um animal de estimação, no caso das mães que sofrem com um filho desaparecido ou outros tipos de perdas. Para a sociedade, nem sempre esse tipo de sofrimento é reconhecido, e por isso acabamos não dando o espaço necessário para que esses enlutados sintam e sofram a sua dor.

A empatia nessas situações é ainda mais crucial e permite que quem está sofrendo o luto não reconhecido consiga lidar melhor com esses sentimentos, sem desenvolver outras patologias, como ansiedade, depressão, Síndrome do Pânico etc.

Como sentir a dor do outro?

Já está convencido do poder de sentir a dor do outro? Veja algumas dicas para praticar a empatia:

  1. exercite a humildade e evite ver a fragilidade do outro como uma possibilidade de controle e manipulação;
  2. ao oferecer ajuda, não espere nada em troca, faça apenas pelo prazer de ajudar, sem nenhum tipo de interesse;
  3. respeite o outro, ou seja, suas escolhas, interesses e personalidade, sem tentar impor as suas verdades e crenças;
  4. deixe os seus preconceitos de lado e se relacione com pessoas diferentes, com curiosidade e interesse genuíno nelas;
  5. escute abertamente e não tente colocar a sua dor acima da do outro;
  6. entenda que o que é verdade para você pode não ser para o outro;
  7. aceite que nem sempre você terá o que falar e nesse momento substitua as palavras por gestos, como um abraço;
  8. fique atento a linguagem corporal;
  9. pratique a empatia até com as pessoas que lhe irritam;
  10. conecte-se com os seus sentimentos e não tente minimizá-los.

Como você viu, sentir a dor do outro é um processo que pode ser bastante complicado para algumas pessoas, porém capaz de melhorar os relacionamentos em vários âmbitos. Você gostou deste conteúdo? Então leia o nosso post sobre o que dizer quando alguém perde um ente querido e confira o nosso canal no YouTube!

Cemitério Sem Mistério

O Cemitério Sem Mistério faz parte das empresas Parque Renascer e Renascer Funerária e criado para ser um portal informativo referente ao momento de luto.

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